Cada ser tem a sua própria vontade, algo que o faz mexer,
mover, andar para a frente, para os lados, para trás, para onde for! E cada ser
tem também a sua própria forma de voar… de se transcender, de dar o salto, de
ir mais além, de procurar o que nunca encontrou mas que sabe que existe!
Às vezes há seres que se cruzam no processo de se moverem de
um lado para outro… e esses seres são, muitas vezes, capazes de trilhar um
caminho em conjunto, de harmonia e concordância.
Mas há também vezes em que seres se cruzam nos seus voos,
quando andam em busca de algo diferente, algo que “faz falta” para completar o
todo… a peça do puzzle que ainda não encaixou e que ainda faz comichão só de
pensar na falta da mesma.
Quem se encontra nestes voos e permanece lado a lado conhece
uma felicidade única, perene, sem igual… consegue alcançar um nível de comunhão
e união que é forte e flexível como as mais complexas formas de vida do
universo…
Voar lado a lado é algo que sempre procurei, sempre quis,
com que sempre me identifiquei.
Muitas foram as vezes que achei esta ideia “minha” um bocado
utópica… nem todos voamos ao mesmo tempo e nem todos procuramos nos mesmos
horizontes… cheguei a questionar-me se um dia conseguiria cruzar-me no voo de
quem estivesse disposto a voar, e a caminhar comigo, da forma que eu preciso…
ao fim e ao cabo, é difícil conseguir ser a peça que falta no mundo de alguém
e, ao mesmo tempo, esse alguém ser a peça que falta no meu.
Sei bem da dificuldade por detrás desta demanda e, por isso
mesmo, houve momentos em que achei que tinha que me conformar… Felizmente esses
momentos nunca duraram muito e consegui sempre trazer ao de cima esta
necessidade da procura e da busca por “aquilo”, “aquele ser”, que fazia falta
no meu mundo.
Neste processo todo encontrei o meu ser, aquele que voa lado
a lado comigo, e que o quer fazer! Aquele que voa e caminha e preenche todo o
espaço por preencher! Aquele que amo e que me ama… o tal!
Cheguei a ter medo que esta minha ânsia de voar me
confinasse a uma vida um pouco solitária, embora feliz. Mesmo com medo, achei
que não devia desistir… e ainda bem que esta minha vontade, de me mover e de
voar, nunca desapareceu e manteve sempre uma chama de esperança acesa… “eu
sabia” que não era só nos filmes! Há sentimentos que não se explicam… e há voos
que só fazem sentido quando são feitos lado a lado!
Catarinazinha Gaivota.
PS – quem voa comigo é uma Garça, a minha Garça! “Seres
voantes” diferentes, que se completam!
PS 2 – não devemos desistir daquilo que o nosso coração nos
diz que é o correto… acho que o caminho (e o voo) é mesmo por aí!